Resenha: O Duque e Eu

Autora: Julia Quinn Série: Os Bridgertons – 1   Editora: Arqueiro Gênero:  Ficção estrangeira, romance histórico ...








Autora: Julia Quinn
Série: Os Bridgertons – 1  
Editora: Arqueiro
Gênero: Ficção estrangeira, romance histórico
Páginas: 288
ISBN: 9788580411461
Tradução: Cássia Zanon
Classificação: ★★★★★ (5/5)
Mais informações no site da editora.








Confesso que eu possuo uma séria tendência a não resenhar meus livros favoritos. Nunca acho que vou conseguir colocar em palavras devidamente o que sinto por eles. Em caso de séries, é pior ainda – por que eu perderia tempo escrevendo quando poderia continuar lendo? Esse é o caso de O Duque e Eu, que estou resenhando apenas muitos meses após minha primeira leitura.

Apesar de o título da série ser Os Bridgertons, a história começa mostrando a infância de Simon Basset, o futuro duque de Hastings. Ele só começou a falar aos quatro anos de idade e, para a infelicidade do pai, era gago. Considerando o filho um imbecil, o antigo duque muda-se para a residência da família em Londres e finge não possuir um herdeiro.

O pequeno e obstinado Simon acaba crescendo e aprendendo a lidar com seus problemas de fala, é claro. Mas, como o pai não havia o dado valor, ele decide viver, então, com o único propósito de contrariá-lo.  Assim, ele parte em uma jornada fora do país e retorna apenas seis anos depois, após a morte do pai. No entanto, ele nunca chegou a superar o abandono na infância e, por isso, jura nunca se casar ou ter filhos; o legado de Hastings – o título que representava tudo na vida do pai – morreria com ele.

Após esse prólogo, finalmente podemos conhecer Daphne Bridgerton, cujo sobrenome nomeia a série. Ela aparece pela primeira vez na sala de estar com a mãe, lendo As Crônicas da Sociedade de Lady Whistledown, um folhetim de fofoca sobre a alta sociedade londrina. Trechos dele passam a aparecer na entrada de cada capítulo, uma das partes mais divertidas da leitura. Nesse exemplar em questão, a notícia mais quente é a volta do novo duque de Hastings ao país.

A partir daí, outros membros da família Bridgerton são aos poucos introduzidos, bem como o drama de Daphne por estar em sua segunda temporada em Londres, ainda sem marido. Na verdade, a agitação de sua mãe em torno ao problema a está estressando quase mais do que a perspectiva de virar uma solteirona. Mas é justamente em um dos bailes em que foi com a mãe, à procura de pretendentes, que ela conhece Simon. Após um primeiro esbarrão não muito usual, ele acaba simpatizando com ela e tendo uma ideia: se fingisse cortejá-la, não teria tantas debutantes inutilmente o perseguindo, ao mesmo tempo em que Daphne teria uma folga dos impulsos casamenteiros de sua mãe.

Esse tipo de arranjo aparece em milhões de livros, por milhões de motivos diferentes, eu sei, mas a narração de Julia é incrivelmente convincente e você nem percebe o quão clichê isso é antes de parar para pensar no assunto. Até porque, a história não perde o ritmo enquanto eles fingem um para o outro estarem apenas fingindo sentimentos românticos, até um dos dois ceder e o livro acabar com um sincero pedido de casamento – o fim que eu esperava, após ler a sinopse na capa. Motivos não muito românticos levam Simon e Daphne a se casarem ainda na metade da história e, após algumas semanas de convivência pacífica, o fantasma do pai de Simon aparece (no sentindo figurado, viu?), impondo uma barreira entre eles.

Assim, Julia Quinn conseguiu unir personagens complexos, diálogos extremamente naturais e divertidíssimos, uma descrição da sociedade londrina da época incrivelmente realista e, o mais importante, uma bonita reflexão sobre a superação pessoal. O Duque e Eu é um livro apaixonante em todos os sentidos.

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8 comentários

  1. Oi Elisa!
    Tenho vontade de ler essa série. Não conheço muitos livros do gênero e acredito que começar por ele vai ser uma boa experiência.

    Beijos,
    http://www.epilogosefinais.com/

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    1. Pode começar por ele sem medo, é um dos melhores do gênero. Se você gostar e procurar algo parecido depois, os da Patrícia Cabot também são muito bons ♥

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  2. Elisa
    Amo de paixão esta série, você tem toda razão ao dizer a escrita da Julia é incrivelmente convincente, ela sabe envolver o leitor e sua história clichê acaba se tornando um livro lindo e apaixonante. Também tenho dificuldades para resenhar livros que gosto muito com medo de não conseguir expressar todo o meu encantamento com a obra.
    Linda a sua resenha. Há quem diga que este livro é o melhor da série, eu particularmente gosto mais do próximo volume, que retrata o Anthony Bridgerton.
    Abraços,
    Gisela
    @lerparadivertir
    Ler para Divertir

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    1. Eu também gosto mais do próximo volume do que deste; na verdade, acho que a série só vai ficando cada vez melhor.

      Que bom que você gostou da resenha ♥

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  3. É difícil escolher um livro favorito nessa série, embora ache que ainda fico com o 4°. Que impulso tremendo eu tive agora de pegar um romance pra ler a noite toda! Só tenho algo pra dizer de clichês: não se mexe em time que está ganhando haha.

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    1. Eu terminei de reler esse livro com uma enorme vontade de ignorar minha lista de leitura e reler todos dessa série. Impossível escolher um favorito, eles vão ficando cada vez melhores.

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  4. Oi, Elisa!
    Eu curti muito a leitura de "O Duque e Eu" também. Não li os demais livros da série ainda, mas pretendo.
    Espero não me desapontar com os demais.
    Abraço!

    "Palavras ao Vento..."
    www.leandro-de-lira.com

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    1. Pode deixar que você não vai se decepcionar com os demais! A própria Julia acha que esse livro foi um divisor de águas na carreira dela, depois só melhora.

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