A Noiva é Tamanho 42
Galera Record
Livro
Meg Cabot
Resenhei
Resenhei! A Noiva É Tamanho 42
quinta-feira, fevereiro 05, 2015Autora: Meg Cabot
Série: Heather Wells – 5
Editora: Galera Record
Gênero: Ficção estrangeira, chick-lit
Páginas: 400
ISBN: 9788501089557
Tradução: Glenda D'Oliveira
Mas informações no site da editora.
Esta é a continuação das aventuras de Heather Wells, a mesma protagonista de Tamanho 42 Não é Gorda, Tamanho 44 Também Não É Gorda, Tamanho Não Importa e Tamanho 42 e Pronta Para Arrasar, todos já resenhados por mim. Se você quiser saber o que achei deles, é só clicar no título. E atenção, esta resenha contém spoilers dos livros anteriores!
Minha relação com esse livro foi meio dúbia: ao mesmo tempo em que amei, odiei. Se eu fosse avaliar o livro sem levar em consideração que é o último de uma série que adoro, o consideraria ótimo, mas, como final, foi decepcionante. Vamos por partes para eu ver se consigo explicar.
Seguindo o padrão dos outros livros, a história gira em torno de um mistério que a ex-pop star/detetive amadora/vice-diretora de conjunto residencial estudantil Heather Wells tem a desvendar. Agora quem morreu foi Jasmine, uma recém-contratada assistente de residentes. A primeira suposição da polícia é que ela tenha sido vítima de Asma, mas é claro que Heather desconfia disso bem antes do laudo da perícia sair.
Como os problemas no Conjunto Fisher nunca são poucos, Heather e sua chefe também precisam lidar com Rashid, o príncipe de um pequeno país árabe fictício, que é um RMI – Residente Muito Importante, após uma doação bem generosa de seu pai à instituição – e está fazendo festas ilícitas em seu quarto do dormitório. Além disso, seu guarda-costas parece não gostar nadinha de Heather. Poderia ele ter algo a ver com a morte de Jasmine?
Em relação à resolução do assassinato, este foi um dos casos que mais gostei. Foi o único em que não consegui ligar os pontos antes de Heather; o desfecho foi mesmo brilhante. O problema começa a surgir quando lembramos que este é, supostamente, um romance chick-lit. Logo, paralelamente à investigação policial, deveríamos receber muitas páginas que enfatizassem os assuntos familiares e profissionais da protagonista. Desde o primeiro livro somos introduzidos aos problemas que ela teve com a mãe, seu desejo de compor as próprias músicas e de se formar na faculdade, só que esse lado da história praticamente sumiu aqui no fim, em vez de receber o devido remate.
Para não dizer que o calote da mãe de Heather foi deixado completamente de lado, a senhora que fugiu para a Argentina com todo o dinheiro da filha finalmente voltou aos Estados Unidos e a procurou. No entanto, o reencontro foi rápido e o início do entendimento entre as partes só acontece bem depois, ainda deixando algumas pontas soltas.
Já as composições de Heather, simplesmente sumiram de vez. Foram feitas algumas menções no livro anterior sobre como a voz dela não chega nem perto da de Tania, mas, se ela realmente desistiu, seria bom uma decisão clara com justificativas plausíveis. Não houve qualquer reflexão sobre o tema.
A faculdade começou a andar, mas em um ritmo bem lento. Em cinco livros era de se supor que ela conseguisse mais do que se matricular em uma única matéria. Mesmo que ela tenha decidido fazer justiça criminal, seus planos para o futuro ainda ficaram bem vagos, levando em consideração o quanto ela ama seu cargo no Conjunto Fisher.
Então, de forma geral, o único tópico que se resolveu na vida pessoal de Heather foi o romântico. Mas... até isso conseguiu me decepcionar um pouco. Fiquei um bom tempo me perguntando o que parecia errado e, quase no fim, cheguei à conclusão de que a química entre a Heather e o Cooper havia desaparecido. Ele nunca havia aparecido muito na história, mas suas participações eram sempre fofas. Dessa vez, entretanto, ficou um clima de melação pré-casamento e não consegui me emocionar por eles como devia.
Acho que desde o começo a Meg brincou com um enredo que podia cair no clichê com muita facilidade. Já que a Heather não se enquadra nos padrões de beleza da sociedade, uma das questões abordadas pela série sempre foi sua aceitação própria. Isso acabou ficando paradoxal quando o Cooper – que, pela descrição da autora, poderia ter saído de um comercial da Calvin Klein – se apaixona por ela.
Conhecem aquele velho bordão “não é só homem feio que gosta de mulher gorda”? A frase deveria implicar que ser gorda não é sinônimo de ser feia, mas acaba insinuando que homem gordo é feio e mulher, independentemente da própria aparência, só gosta de homem bonito. Enfim, acho que já estou perdendo o foco, mas o ponto onde eu queria chegar é que: ao casar Heather com um cara lindo, esse passou a ser o argumento por trás da vaidade dela. E poderiam existir motivos melhores para a Heather se achar bonita do que ter um cara gostosão afirmando isso.
Enfim, o enredo podia ter sido explorado de diversas outras formas e as discussões iniciadas no primeiro livro se concluíram de forma rasa. Mesmo com todas as falhas, porém, a leitura é fluida e divertida. Como eu falei, este foi um dos melhores casos que a Heather já resolveu. Vou ficar sonhando com um livro extra daqui uns anos (se aconteceu com O Diário da Princesa e A Mediadora, nunca se sabe).
Sobre a edição, a capa foi a minha favorita, mas a margem externa do miolo podia ter sido maior. A dos livros anteriores estava perfeita, não sei para que inventaram de mudar. E a tradução mudou de novo, mas sem diferenças perceptíveis, como foi da outra vez.
20 comentários
Não pude ler a resenha porque quero evitar os spoilers ahuahua x.x a série parece bem legal, vou dar uma olhadinha na sua resenha do primeiro livro pra ver se me interesso! :D
ResponderExcluirNão deixe de conferir meu novo post, www.allunar.tk ♥
Beijinhos!
A série é legal mesmo, espero que te interesse ♥
ExcluirAdorei a resenha, o livro parece ser bem legal. <3
ResponderExcluirBeijos,
cabanadosanjos.blogspot.com
E é mesmo :)
ExcluirOi Elisa! Teu blog é muito lindo! Fiquei com vontade de passar horas por aqui.
ResponderExcluirLi apenas dois livros da Meg Cabot mas acho que eles já não se encaixam nos meus gostos literários atuais. Entretanto, ela fez parte de um período muito gostoso na minha pré-adolescência, tenho um carinho bem grande por ela!
Parabéns pelo post, super bem escrito! Muito sucesso pra você.
Beijos,
Vitoria.
P.s: saiu uma nova parte da web Caso 54 - Tales, corre conferir! http://lonelyfireflies.blogspot.com.br/2015/02/web-caso-54-tales-capitulo-2-parte-3.html#.VNZ4VfnF-EM
Talvez eu fosse mais feliz se conseguisse guardar a Meg em minhas memórias de pré-adolescente também, mas uma hora ou outra sempre acabo voltando pros romances bobinhos de sempre, impressionante, haha.
ExcluirOi Elisa!
ResponderExcluirEsse é o único volume da série que falta para eu comprar.
Amei sua resenha!
Beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com.br/
Fechar uma série dá uma sensação de leveza sobre os ombros, não dá? Espero que você consiga comprar e ler logo :)
ExcluirOi Elisa!
ResponderExcluirEu não sabia muito sobre a série porque chick-lit não é um gênero que costumo ler, então também não sabia muito sobre a trama e os arcos propostos pela autora. Que pena que tantos deles não tiveram uma solução satisfatória. É tão ruim quando uma série que gostamos termina assim, né?
Beijos
alemdacontracapa.blogspot.com
Pior coisa é quando o autor não gosta da série tanto quanto os leitores, às vezes fica nítido que o trabalho podia ser melhor e o autor se obrigou a escrever sem estar muito afim, sabe? Eu sei que a Meg podia fazer melhor do que isso, por isso fiquei decepcionada.
ExcluirInfelizmente tive que evitar a resenha por conta dos spoilers :x Estou louca para ler essa série, parece ser muito boa, ainda mais por ser um gênero que eu amo. Acho que eu irei gostar bastante.
ResponderExcluirBeijos,
http://our-constellations.blogspot.com.br/
Espero que você goste! Apesar do final não ter sido bom como poderia, a série como um todo é ótima ♥
ExcluirOi Elisa, tudo bem?
ResponderExcluirNunca li nenhum chick-lit, mas adoro investigação, e tals, e pela sua resenha o livro é bem interessante, seria uma ótima forma de começar a ler o gênero. Adorei, vou procurar ler o primeiro depois, seguindo seu blog, amei as fotos, beijos http://lostwordsin.blogspot.com.br/
Eu amei como essa série misturou chick-lit com investigação policial ♥ É uma ótima pedida mesmo para quem não costuma ler chick-lit e quer testar.
Excluiroi Elisa
ResponderExcluirVocê foi bastante explicativa na sua resenha, não se preocupe, deu para entender seus pontos de vista. E concordo demais com um deles, porque será que todo mocinho dos livros tem que ser bonito de morrer? porque não pode ser fofo é normal? Será que isso é culpa de nós, leitoras? Não sei responder, mas gosto de livros onde as pessoas são simplesmente "normais".
Bem, depois do meu desabafo, kkkk, quero dizer que gosto da autora e quando puder vou ler os livros.
Abraços,
Gisela
@lerparadivertir
Ler para Divertir
Que bom que consegui me explicar! Se esse fosse um romance qualquer isso não me incomodaria tanto, mas por aparência ser um assunto muito abordado na série, isso me pareceu mais clichê ainda.
ExcluirOi Elisa!
ResponderExcluirEu ainda não li os livros da série... Que pena que o final foi decepcionante, pelo jeito a Meg podia ter passado outra mensagem no final, e desperdiçou esse momento.
Beijos,
Sora - Meu Jardim de Livros
Pois é, embalou na investigação e deixou a vida pessoal da protagonista de lado.
ExcluirNunca li....o titulo é sugestivo...mas pelos visto não agradou plenamente.
ResponderExcluirIsabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt
Apesar do fim ter me decepcionado um tanto, como um todo é uma boa série :)
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