Intrínseca
Livro
O Presente do Meu Grande Amor
Resenha
Stephanie Perkins
Resenha: O Presente do Meu Grande Amor – Doze Histórias de Natal
quarta-feira, janeiro 07, 2015
Autores: Holly Black, Ally Carter, Matt de La Peña, Gayle Forman, Jenny Han, David Levithan, Kelly Link, Myra McEntire, Stephanie Perkins, Rainbow Rowell, Laini Taylor e Kiersten White.
Organização: Stephanie Perkins
Editora: Intrínseca
Gênero: Ficção estrangeira, contos
Páginas: 352
ISBN: 9788580576252
Tradução: Cássia Zanon, Rachel Agavino e Regiane Winarski
Classificação: ★★★★☆ (4/5)
Classificação: ★★★★☆ (4/5)
Mais informações no site da editora.
Não costumo ser muito chegada em livros
de contos, mas, quando vejo um com autores que eu goste, não consigo resistir. E
a capa deste também é uma gracinha, vamos combinar. Fiquei um bom tempo relacionando
os casais das histórias com os bonequinhos patinando. Só achei estranho que a
capa na frente é um pouco maior do que atrás, isso a torna mais fácil de
amassar. A revisão também deixou escapar
um errinho besta, mas importante: o nome da Stephanie Perkins foi escrito errado
na orelha do livro e no sumário.
Bem, vamos ao livro em si. Eu sempre tive
uma afinidade instantânea com histórias de natal, mesmo as mais clichês.
Felizmente, esse não foi o caso: nada de clichês aqui. A maioria dos contos
abordam essa época do ano de forma criativa e especial, alguns buscando versões
alternativas das festividades de fim de ano no contexto de outras culturas e
religiões. Certos contos foram melhores do que outros, é claro, mas nenhum
chegou a ser de fato ruim.
Meias
Noites | Rainbow Rowell | ★★★☆☆ (3/5)
Mags conheceu Noel em uma festa de
ano-novo na casa de uma amiga, apesar deles só se tornarem realmente próximos
meses depois, quando fizeram uma matéria em comum no colégio. O conto mostra o
desenvolvimento da relação deles ao longo de quatro anos, sempre com a festa de
ano-ano como pano de fundo. É uma história bonitinha, mas o que se passa na
cabeça do Noel é uma completa incógnita e o final deixou um pouco a desejar.
A
Dama e a Raposa | Kelly Link | ★★★☆☆ (3/5)
A mãe de Miranda está presa na Tailândia
e ela mora com uma tia, mas passa todos os natais na mansão da família
Honeywell, pois a antiga patroa de sua mãe, Elspeth, a considera uma afilhada.
Uma vez, ainda criança, ela vê pela janela um homem sentado sozinho na neve e
tenta descobrir quem ele é o que faz lá; desde então, em todos os natais ela
espera que neve. O começo da história é realmente – realmente – bom, mas o
final não fez o menor sentido. Ainda estou tentando entender o que aconteceu
ali.
Anjos
na Neve | Matt de La Peña | ★★★☆☆ (3/5)
Shy ganhou uma bolsa integral na
Faculdade de Nova York e se mudou para o Brooklyn, mas não está se adaptando
muito bem à mudança. Ele já está na cidade há um ano, mas continua se sentindo
deslocado. Como não possui dinheiro para passar o Natal em casa, ele aceita
passar o feriado no apartamento de seu chefe, Mike, cuidando de sua gata
enquanto ele viaja com a esposa. Lá ele conhece Haley, uma vizinha que está
tendo problemas com o encanamento e, sozinhos no prédio durante a tempestade,
acabam iniciando um relacionamento. Foi uma história engraçada e até fofa, mas
novamente o final ficou com cara de não-final. Eu queria compreender porque quase
todos os contos terminam de forma tão vaga.
Encontre-me
na Estrela do Norte | Jenny Han | ★★☆☆☆ (2/5)
Todo ano os duendes do Polo Norte
promovem o Baile da Neve, último agito antes das festas de natal engrenarem.
Este ano não é diferente, mas Natalie se sente mais deslocada do que nunca,
sendo a única humana presente, filha adotiva de Papai Noel. Ao longo da festa, Natty lamenta não ser o par
do duende Flynn e recorda-se de conversas anteriores entre os dois. O universo
desde conto me conquistou de primeira e, por isso, fiquei ainda mais chateada
com o final do que se tivesse já começado ruim. Não bastou ser totalmente vago,
o fim foi de arrancar o coração. Eis uma história que eu adoraria se virasse
livro.
É
um Milagre de Yule, Charlie Brown | Stephanie Perkins | ★★★★★ (5/5)
Marigold tem uma missão para o solstício
de inverno: concluir um curta de animação de comédia para seu canal no YouTube,
que seria um presente para sua mãe. Para finalizar o projeto basta apenas a
dublagem, mas ela colocou na cabeça que quer a voz de North – um vendedor de
árvores de Natal – e não vai economizar esforços para consegui-la. A narração
de Stephanie é muito engraçada e ela escreveu, sem dúvida, meu conto favorito
do livro. Os personagens que ela criou são únicos e acho que vou sentir falta
deles.
Papai
Noel por um Dia | David Levithan | ★★★★☆ (4/5)
Um rapaz judeu é convencido pelo
namorado, Connor, a se fantasiar de Papai Noel na noite de Natal e entrar em
sua casa para surpreender sua irmã mais nova, Riley, que ainda acredita no bom
velhinho. É um conto leve e divertido sobre inícios de relacionamento e coisas
idiotas que fazemos por pessoas que amamos; não chega a ser genial, mas
conquista pela fofura.
Krampuslauf
| Holly Black | ★★★☆☆ (3/5)
A história começa quando Hanna vai à
Krampuslauf – um evento popular na cidade de Fairmont, no qual as pessoas se
vestem como o horripilante companheiro do Papai Noel, Krampus – com suas amigas
Penny e Wren, a fim de flagrar o namorado de Penny, Roth, com a amante. Elas
realmente os encontram e, para atormentá-lo, convidam todos os presentes para
uma festa de ano novo que dariam. O problema é que, obviamente, não há festa
alguma. Agora elas têm pouco mais de um mês e quase nenhum dinheiro para
organizar uma festa espetacular e não passarem vergonha. O princípio do conto
foi bom e a ideia muito criativa, mas, a partir do momento em que a festa
começou, o enredo virou um caos e assim permaneceu até o fim. Tive a impressão
de que o desfecho foi comprimido para caber em menos páginas, se é que isso faz
sentido. Outro conto que poderia
tranquilamente render um livro.
Que
Diabo Você Fez, Sophie Roth? | Gayle Forman | ★★★★★ (5/5)
Faz apenas quinze semanas desde que
Sophie iniciou seu primeiro ano na Universidade de Fimdomundo, mas ela já teve
ao menos uma dúzia de momentos “que diabo você fez, Sophie Roth?” – o primeiro
deles logo quando desceu do carro, no primeiro dia, ao perceber a merda que
havia feito. Com a proximidade do Natal, você poderia pensar que o universo se
apiedaria e viria com alguma ajuda, no entanto, logo se torna claro que isso
não vai acontecer tão cedo: Sophie vê um panfleto anunciando um recital de canções
natalinas e pensa que seria uma boa ideia comparecer. Ela já estava refletindo sobre como é burra
quando, por acaso, conhece Russell, a primeira pessoa em muito tempo que não a
considera muito “urbana” (entenda as aspas como tom pejorativo). Logo eles decidem
fugir juntos dos suéteres de Natal que acendem e Sophie acaba ganhando uma
comemoração de Chanucá que não esperava. Um dos contos mais engraçados do livro,
também foi um dos mais fofos. Impossível não se apaixonar pelo sarcasmo bem
colocado dos personagens.
Baldes
de Cerveja e o Menino Jesus | Myra McEntire | ★★☆☆☆ (2/5)
Este conto gira em torno da encenação do
nascimento de Jesus que uma Igreja Metodista faz todos os anos. O protagonista
em questão, Vaughn, é conhecido por pregar o caos e, em sua última peripécia, colocou
fogo por acidente no celeiro onde eram guardados os figurinos. Para compensar o
estrago, o pastor da Igreja deu-lhe a opção de ajudar na produção da peça. Foi
até uma história legal – e a paixonite de Vaughn por Gracie, filha do pastor, bem
fofa –, mas em muitos pontos confusa. Em nenhum momento ficou claro o que ele
estava tentando fazer quando causou o incêndio e o sobrenome do pastor mudou de
Robinson para Brown no meio da narração, depois voltou para Robinson (é sério).
Bem
Vindo a Christmas, Califórnia | Kiersten White| ★★★★★ (5/5)
Christmas não chega a ser uma cidade, nem
mesmo uma vila; é apenas uma região censitária, mas é onde Maria mora, desde
pequena, com sua mãe e padrasto. Sua
vida não é exatamente preenchida de glamour, ela passa os dias dividida entre a
escola – que fica há 45min de distância – e seu trabalho como garçonete em uma
lanchonete ruim de tema natalino. Sua opinião sobre a definição de lar, entretanto,
é definitivamente abalada quando ela conhece Ben, o novo cozinheiro da
lanchonete, que possui o estranho dom de sempre perceber o que as pessoas
precisam comer para se sentirem felizes. Ben acabou se mostrando um dos
personagens mais originais que eu já vi – e não estou dizendo isso por também
ser cozinheira. Algumas atitudes de Maria me deixaram bastante irritada, para
falar a verdade, mas no final ela acabou me conquistando. Enfim, é uma história
realmente bonita e uma das melhores do livro.
Estrela
de Belém | Ally Carter | ★★★☆☆ (3/5)
Tudo começa quando Lydia está no
aeroporto, tentando fugir de casa. Em um impulso, ela acaba trocando suas
passagens com Hulda, uma estudante de intercâmbio islandesa. Ela esperava, com
isso, ir para mais longe ainda do que Nova York, mas não imaginava o quanto:
ela vai parar na pequena cidade de Bethlehem, em Oklahoma. Lá uma calorosa recepção
a aguardava, sendo Ethan, o ex-namorado de Hulda, o único a par da verdade. A
narração de Ally é divertida, fácil de ler, mas o desfecho da história
escorregou um pouco. De uma hora para a outra eu me senti mergulhando em uma
novela mexicana.
A
Garota que Despertou o Sonhador | Laini Taylor | ★★★★☆ (4/5)
Neve é uma moradora da Ilha das Penas,
onde é tradição que damas recebam presentes em todos os dias de dezembro
antecessores ao Natal, como forma de cortejo. Ela, em especial, não se encontra
em posição de rejeitar nenhum pretendente, sendo uma órfã da colônia fracassada,
sem dinheiro para buscar um futuro em outro lugar. Suas esperanças de encontrar
uma nova vida já estavam se esgotando quando, após uma prece desesperada,
começa a receber misteriosos presentes. O universo criado pela autora neste
conto é absolutamente rico e envolvente, por isso minha única crítica é que
tenha sido utilizado por apenas 30 páginas. Me parece simplesmente um
desperdício.
2 comentários
Eu eu larguei esse livro pela metade... no Brasil. Chorando.
ResponderExcluirEntão você provavelmente nem chegou nos melhores contos. Sofrendo por você.
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